CORRENDO COM UMA COBRA NA MÃO

 Conheço meu amigo e sei que ele já estava tri-cansado de tantos quilômetros e dias longe da amada. Ele me deu o cheque mate: Néia temos que dormir num bom hotel e ter uma bela saída da Argentina e uma entrada triunfal no nosso velho Brasil......Então ele escolheu o melhor hotel que apareceu, (um SPA) super confortável com restaurante de primeiríssima e gente muito bem vestida e ficou muito feliz......Néia, é assim que temos que viajar, no outro dia a viagem rende muito mais e tal......Eu só fiquei curtindo o meu lado de milionário e fui jantar com minha roupa de gala, pois seria a ultima noite em solo de vizinhos......No outro dia o Bac era só alegria, mordia as orelhas de tão feliz, descansado e ficava me tirando um sarro.....Viu Néia, hoje a viagem vai render muito, vamos entrar no Brasil e ir parar muito longe no Paraná......Eu só sacando, esperando ele amarrar as tralhas e pegamos estradas........50 quilômetros depois.....Não mais que de repente o Bac some do meu retrovisor........Caracas....que será agora e volto.....Vi o Bac correndo com uma cobra na mão e me desesperei......Puta merda o Bac vai ser preso, não pode levar a fauna de um país pro outro, ele ta louco de vez......Mas quando chego mais perto, vejo a corrente da moto na mão dele......Pensei.....Fudeu.....Quebro a emenda.... ele me disse com a cara de tristeza sem conserto, tipo..... desculpa Néia, foi sem querer......Eu quase mijei de rir e foi espalhado toda as tralhas no chão novamente e consertada a corrente, muito embora quem nos salvou foi a trava da velha corrente trocada lá no deserto do Atacama....Depois de tudo acertado entramos no Brasil com o Bac mais calmo e eu mais feliz que pinto no lixo......Realmente eu estava muito feliz pelo nosso passeio.